A irrealidade no cinema contemporâneo: Matrix e Cidade dos Sonhos

Abstract

O cinema contemporâneo está repleto de filmes que nos desafiam constantemente a separar ilusão e verdade, sonho e vigília, real e virtual, sanidade e loucura, vida e morte... Matrix (The Matrix, 1999) e Cidade dos Sonhos (Mulholland Dr., 2001) são casos exemplares: telefones, plugs cibernéticos, chaves e caixas azuis demarcam pontos de passagem entre universos paralelos em tramas que levam protagonistas e plateia a compartilhar a angústia da impossibilidade de discernimento entre realidade e irrealidade. Enredos assim estruturados remontam a obras clássicas, mas o fascínio que exercem atualmente parece indicar um diálogo profundo com a nossa época. Partindo de uma análise sistemática das engrenagens narrativas das obras, o livro "A Irrealidade no Cinema Contemporâneo" se propõe a pensar como Matrix e Cidade dos Sonhos, filmes ao mesmo tempo populares e sofisticados, podem expressar concepções sobre a subjetividade nos dias de hoje.